segunda-feira, 6 de abril de 2009

Auto-estima (1): Identidade

"Auto-estima", poderia ser o slogan de uma garagem de automoveis (como diria Pe. Vasco) mas não é... aqui falamos de apreço, do saber lidar com o gostar, do tratar-se bem...
Como é que eu me vejo? Como é que eu lido com as minhas "vozes"?
Antes de mais importa definir o conceito de Pessoa. Pessoa é "ser autonomo em relação" e isto significa "ser sujeito da relação autonoma". Dá muito trabalho tornar-me pessoa porque neste trajecto, o sofrimento, ou seja, a experiência da perda e da falta, irá contribuir para a minha identidade. Sou um ser biopsiquicosociocultural em busca de unidade, integridade e continuidade, que são os ingredientes da Aceitação. Unidade, no sentido em que busco o equilibrio entre a inteligência e o emocional; Integridade, no sentido de aceitar o que me acontece e usufruir dos resultados; Continuidade, no sentido em que tenho/ sou uma história com um antes, um agora e um depois.
Diz-se então que o homen possui um problema de identidade quando se evidência a falta destes 3 ingredientes... quanto mais recalco o que não quero enfrentar, mais ele aumenta de dimensão.
Face a um problema, como poderei proceder?
1.º Substituir o "porquê" pelo "Como" - "Porque é que isto me aconteceu?" ... "O que é que isto me pede? Como é que eu cresço com isto?"
2.º Aceitar-me e não, resignar-me - ter capacidade de me adquirir, de me adaptar, de aprender a viver com as dificuldades, ter poder de encaixe ... sendo resiliente. É importante referir aqui, que este processo de aceitação requer trabalho, não é algo facil e muitas vezes apresenta-se como contraditório. Falamos aqui, de adquirir capacidade de reagir face às coisas, dialogando, jogando intelectualmente, sabendo perder!!!
O problema da identidade (neste contexto) pode ser trabalhado com um dos principios base da teologia: a Fé, ou seja, aquilo em que acredito ser verdade. Esta é a radiografia da minha existência humana, pois ensina-me a viver melhor, a ser mais humano e dá-me sentido de viver.
A Identidade é assim entendida como a unificação da personalidade na medida em que:
- sou um ser com corporeidade, isto é, eu e o meu corpo somos um;
- sou um ser sexuado, isto é, a sensibilidade e a sensualidade está em tudo o que faço e sou. Não existe pessoa "neutra";
- sou um ser inteligente, isto é, reconheço e aprendo a viver com as minhas capacidades. Não devo ter aspirações divergentes das minhas capacidades;
- sou um ser social, isto é, vivo em sociedade, tenho uma história social, tenho relacionamentos interpessoais, faço parte de um grupo...;
- sou um ser espiritual, isto é, entendo que da minha vida faz parte a morte, acredito no sentido da vida, aproximo-me do amor, confio, transcendo-me de alma e coração.
"Os meus defeitos corrigem-se e integram-se, na medida em que partilho a minha VIDA" (Pe. Vasco)
(adp. Curso Aceitação Pessoal 2, Pe Vasco P. Magalhães, 10/2008)

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